Em 1902 adopta o nome da sua terra natal Nolde na Silésia. O que significa uma afirmação às suas origens geográficas, mas também a uma paisagem que iria marcar decisivamente toda a sua obra pictórica.
Os seus quadros, tal como pretendia, chocavam o espectador, devido à vivacidade das cores, que contrastavam abusivamente umas com as outras, à deformação dos rostos das personagens retratadas, à distorção das perspectivas e ao excessivo uso de tinta.
A 4 de Fevereiro de 1906 Schimdt-Rottluff envia uma carta a Nolde Em nome do grupo Die Brücke, na qual o convida a juntar-se como membro activo à comunidade de artistas. Aquando de uma exposição na Galerie Arnold em Dresda os pintores Die Brücke ficaram profundamente impressionados com as «tempestades de cor» nas quais viam a realização de objectivos artisticos semelhantes aos seus. Apesar de ser bastante mais velho e já um pintor reconhecido Nolde adere à comunidade sendo seu membro activo até fins de 1907
Nolde tinha um carácter fechado desde a sua infãncia preferindo refugiar-se na solidão de Alsten. Desconhece-se porque motivo na altura aceitou o convite de Schimdt-Rottluff . No entanto depressa notou - seguramente durante uma estadia em Dresda - que seria incapaz de se integrar nessa conspirativa comunidade de luta artística.
A Die Brücke foi fundado a 7 de Junho de 1905 em Dresden por um grupo de estudantes de arquitectura da Escola Técnica de Dresden . Em 1910 o grupo estende a sua actuação a Berlim terminando a sua existência em 1913 como consequência de algumas discussões internas e dos diferentes desenvolvimentos artísticos de cada um.
Participar nas suas sessões de trabalho conjuntas e sujeitar os resultados do seu trabalho acabados de pintar ao juízo crítico do grupo, ia contra a sua natureza.
Mais tarde, nas suas memórias iria responsabilizar "atritos no sentido humano e artístico" pela sua saída do grupo. acusando outros membros de o copiar e de terem inoportunamente tirado proveito da.sua pintura
Apesar de Nolde ter sido membro do grupo pouco tempo, ambas as partes tiraram partido desse encontro. Nolde trás à comunidade o novo meio de expressão da gravura a água forte e a sua amizade com um colecionador de Hamburgo, possibilitou ao grupo, obter contactos importantes com colecionadores e patrocinadores.
A camaradagem mesmo que curta com os jovens membros do grupo, Die Brücke, fê-lo sentir-se ao mesmo tempo reforçado e apoiado quanto á sua criação artística, e o confronto com as torrentes de cor de Van Gogh, com o exotismo de Gauguin e o misticismo de Munch acaba por fecundar a sua própria obra.
De certa forma, Nolde tinha uma maneira de encarar o trabalho muito parecida com a de Van Gogh. Era com a mesma emotividade e paixão que se dirigia à tela.Era incapaz de trabalhar regularmente ou com plano fixo para o dia.
Em cada tela nova a acção de pintar tornava-o num acto de despojamento do seu próprio ser.Quanto mais ligava a sua arte à sua vida mais ele duvidava das suas faculdades.
A tempos felizes e produtivos no sentido artístico , seguiam-se fases de resignação, nas quais se via impossibilitado de trabalhar.Em fases dessas quando Nolde não estava contente com o resultado, destruía ou cortava numerosas obras suas, tendo-se muitas vezes arrependido depois. "Penso nalgumas pinturas destruídas como se pensasse na felicidade perdida", escreve saudoso, na sua autobiografia.
Em 1933 quando os nazis sobem ao poder, Nolde sucumbe a um equívoco fatal, pensando ver realizada na sua própria arte, essa pintura enraizada na Alemanha do Norte, as ideias nazis de uma arte nascida da superioridade da raça nórdica.
Pouco depois Nolde é obrigado a reconhecer o seu engano de forma violenta.
3 comments
Luz •.¸¸ ㋡ said:
AnaClara said:
sea-herdorf said:
Bilder von ihm durfte ich immer wieder betrachten, auch in Seebüll.
Starker Beitrag in Bildern und Worten, Luz.
Freundliche Grüße und einen guten Abend
Erich